Ilê Asé Ojù Ewè

Mãe Marina de Osaniyn.

Marina Merces Santana, nasceu em Salvador – BA em 01 de janeiro de 1933. Filha de Euflorsina Merces Santana, viveu numa época de muito sofrimento e desigualdades. Sua mãe veio a falecer quando ela tinha apenas 8 anos de idade, ficando aos cuidados da Iyalorixá Maria Escolástica da Conceição Nazareth, conhecida por Mãe Menininha do Gantois.
Toda sua trajetória de vida é marcada pela sua relação com o Candomblé. Iniciada para o Orixá Osaniyn aos 5 anos de idade, em 21 de outubro de 1937 por mãe Menininha do Gantois. Foi a Fomo do seu barco, tendo como mãe pequena a senhora Hilda França. Sua iniciação é um marco na história do Candomblé de Nação Ketu, tanto por ter ocorrido no histórico “barco das 17” quanto pela raridade dos Orixás que foram iniciados juntos, como Osaniyn da própria Mãe Marina , Iroko da Egbomi Cidália, mariinha de nanã e outras.
Mãe marina, mulher negra, baiana e quituteira, sempre foi de familia humilde, na possibilidade de uma melhora de vida, na decada de 60 se muda para o Rio de Janeiro, em pleno período da ditadura civil-militar. Trabalhou em casa de família, fez vendas de doces e acarajé em tabuleiro no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Em 1968 fundou o Ilê Asé Ojù Ewè, em Nova Iguaçu – RJ. Lá iniciou varias pessoas, Mãe Marina sempre foi muito influente dentro da religião, teve muito contato com diversos líderes religiosos , em 1982 migrou seu Candomblé para Belford Roxo, onde o terreiro permanece em atividade até os dias atuais, sendo considerado um dos mais tradicionais “candomblé baiano”, no Rio de Janeiro.

Mãe Marina faleceu em 02 de março de 2002 em Salvador. Seguindo a sua vontade, seu filho o babá Walmir Leal de Òsóòsì assume a responsabilidade do Ilê em maio de 2003 até os dias atuais levando com maestria todo legado deixado por sua iyalorisá.

O Ilê Asé Ojù Ewè agrega filhos em todo o Brasil e tem uma grande importância no território onde está localizado, em Belford Roxo.

Realiza projetos sociais na comunidade desde 2011, com atividades diversas, como por exemplo, curso de corte e costura em moda afro, aulas de dança, toque e culinária bahiana, entre outros.

Periodicamente, o terreiro faz distribuição de cestas básicas para pelo menos 40 famílias da comunidade. E ainda abre as portas para entregar frutas e verduras recebidas em parceria com comércios locais.